“Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia”, como diz a letra da canção de Lulu Santos.
Se a vida vem em ondas como o mar, a onda para se surfar agora é a das experiências virtuais. Já existem os drive-ins e algumas derivações como, drive-thrus, float-ins, bike-ins etc.
Só para ilustrar, em alguns países da Europa há eventos que respeitam distanciamento social com a montagem em grandes parques de estruturas que lembram camarotes VIP. São soluções criativas que talvez agradem mais a equipe técnica que os artistas e os seus fãs.
Certamente, é uma forma de tapar o buraco existencial deixado pela ausência da catarse coletiva que sentimos ao participarmos de um mega festival ou de um jogo de futebol com milhares de pessoas se sentindo parte de uma mesma massa.
Ainda assim, vai levar um bom tempo até nos sentirmos seguros para vivenciarmos a experiência completa de um festival ou mesmo de uma sala de cinema cheia.
Uma nova era
Quem trabalha com entretenimento ao vivo hoje, gostando ou não, deve concordar que 2020 é o ano das experiências digitais. Todos têm a oportunidade de vivenciar uma nova era de experiências para manter e alavancar o entretenimento ao vivo.
No entanto, as experiências digitais não vieram para substituir a presencial. A ideia não é essa.
O segredo é encarar essas novas experiências como uma forma complementar. Ou seja, pensar como cada uma pode potencializar a outra contando com o suporte das tecnologias disponíveis, como passear virtualmente por um festival oferecendo uma experiência única a todos através do IGTV no Instagram, de uso de plataformas virtuais como Zoom, e de arrecadação de ingressos através da Sympla ou Eventbrite, por exemplo.
É o que vêm fazendo festivais nacionais independentes como o mineiro Sarará. Ou festivais de inovação, como a última edição da Campus Party Virtual, que aconteceu em julho simultaneamente para mais de 30 países.
Festivais como o Tomorrowland criaram novos modelos de negócio e ainda conseguiram faturar alguns milhares de dólares mesmo em tempos de crise. No último Tomorrowland era tudo “de mentira”. O palco grandioso e a multidão de fãs foram totalmente gerados por computação gráfica. Katy Perry, por exemplo, entrou no palco em um balão — e não faltaram fogos de artifício na hora de “Firework”. Quanta tecnologia embarcada num show como esse!
Nesse período de isolamento, muitas lives estão rolando diariamente. Mas que tal fazer algo diferente e colocar o artista na sua casa, cantar, dançar com ele e ainda fazer um vídeo de vocês na mesma coreografia? Algumas experiências imersivas aplicam a Realidade Aumentada para transformar performance em holograma.
Inegavelmente, é uma tecnologia que promete mudar a indústria do entretenimento, levando performance virtual em 3D de uma artista ou cantora à casa de fãs.
Daqui pra frente
Todos esses foram exemplos que aconteceram nas últimas semanas e que entregaram uma experiência digital que, apesar de diferente e menos rentável que a experiência presencial, permitiu aos artistas que se comunicassem com uma massa ainda maior de pessoas, e atingissem novas audiências e engajamentos com seus fãs e comunidades de qualquer lugar do mundo.
Se você é artista ou trabalha no setor de entretenimento, lembre-se que ainda há tempo para aprender a criar suas primeiras experiências online e ingressar definitivamente na transformação digital a qual o mundo inteiro imergiu.
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